sábado, 24 de julho de 2010

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Sarau LiterCaldas

"O Sarau LiterCaldas significa a catarse de todo o processo de valorização da leitura e da escrita. Estas, por sua vez, são as bases do processo ensino-aprendizagem do Colégio Professor Fernando Moreira Caldas".

terça-feira, 28 de julho de 2009

Ópera de um Malandro Brasileiro



Chico... e os Saltimbancos

1953
Sérgio Buarque é convidado para dar aulas na Universidade de Roma e a família muda-se para a Itália. Ao partir para a Europa, se despediria da avó com um profético bilhete: "Vovó, você está muito velha e quando eu voltar eu não vou ver você mais, mas eu vou ser cantor de rádio e você poderá ligar o rádio do Céu, se sentir saudades".
Compõe suas primeiras "marchinhas de carnaval" e torna-se trilingüe, falando inglês na escola (norte-americana) e italiano nas ruas.

1954
Durante a estada da família na Itália, costumava ficar "instalado no alto da escada, quando o mandavam dormir, para não perder a conversa dos pais" com amigos. A casa, em Roma, é freqüentada por personalidades da cultura brasileira, entre elas Vinicius de Moraes, de quem, mais tarde, se tornaria amigo e parceiro. A família volta a residir no Brasil.

1956/57
Sua irmã Ana de Hollanda, a "Baía", conta que aos doze, treze anos de idade, já de volta a São Paulo, Chico compôs "umas operetas" que eram cantadas em conjunto com as irmãs mais novas, Ana, Cristina e Pii.
A família muda-se para um casarão na rua Buri, a poucos quarteirões do estádio do Pacaembu. Embora fosse um apaixonado torcedor do Fluminense, a camisa que seu ídolo vestia era a do Santos. Seu nome: Paulo César de Araújo, o Pagão, nome que Chico adota até hoje, em homenagem ao craque, quando veste a camisa número 9 de seu time de futebol, o Politheama. Alguns amigos brincam, afirmando que Chico só se tornou músico porque não conseguiu brilhar no futebol.

Os saltimbancos trapalhões
J.B. Tanko - 1981

Os Trapalhões trabalham num circo onde de empregados marginalizados passam a ser a maior atração.
Didi (Renato Aragão)é o líder do grupo. Ingênuo, está apaixonado por (Lucinha Lins), Karina filha do dono do circo, o Barão (Paulo Fortes). Dedé (Dedé Santana), lúcido e amigo, protege Didi das muitas trapalhadas em que ele se mete, enquanto Mussum e Zacarias, como dois bons malandros, reclamam do regime de escravidão imposto pelo Barão, mas tiram partido de qualquer situação.
O Barão é um nobre arruinado, avarento e brutal. Com a ajuda do sócio, o mágico Assis Satã(Eduardo Conde), tenta juntar uma grande fortuna para reviver o fausto que a família teve no passado e promover para a filha um casamento milionário.
Mas Karina não aprova os planos do pai. Amiga dos humildes trapalhões, está apaixonada pelo Frank, o acrobata (Mário Cardoso), disputando com a domadora de feras Tigrana (Mila Moreira) o amor do rapaz.
Frank, apesar de apaixonado por Karina, critica o Barão, mostrando aos Trapalhões o quanto eles são explorados. Sem eles o circo iria à falência.
Satã, com ciúmes de Tigrana, e o Barão, querendo afastar Frank de Karina, armam um plano para eliminar o acrobata, deixando-o prisioneiro numa masmorra junto com o King - um leão faminto e feroz.
Depois que Frank desaparece, os Trapalhões, revoltados, convencem Karina a fugir do circo e juntos tentarem uma vida nova na grande cidade. Mas descobrem que a esperança de um mundo melhor na grande cidade não significa a liberdade desejada.
Retornam ao circo. Libertam FRANK. E, todos juntos, lutam contra aqueles que os exploravam. Vencido, o Barão entrega o circo para os Trapalhões.
Didi fica triste quando descobre que Karina está apaixonada por Frank. enfim, ele conseguiu realizar outro sonho: transformar o circo numa comunidade feliz onde todos os que trabalham têm os seus direitos garantidos.

História de uma gata
Enriquez - Bardotti - Chico Buarque/1977
Para o musical infantil Os saltimbancos



Me alimentaram
Me acariciaram
Me aliciaram
Me acostumaram

O meu mundo era o apartamento
Detefon, almofada e trato
Todo dia filé-mignon
Ou mesmo um bom filé...de gato
Me diziam, todo momento
Fique em casa, não tome vento
Mas é duro ficar na sua
Quando à luz da lua
Tantos gatos pela rua
Toda a noite vão cantando assim


Nós, gatos, já nascemos pobres
Porém, já nascemos livres
Senhor, senhora ou senhorio
Felino, não reconhecerás


De manhã eu voltei pra casa
Fui barrada na portaria
Sem filé e sem almofada
Por causa da cantoria
Mas agora o meu dia-a-dia
É no meio da gataria
Pela rua virando lata
Eu sou mais eu, mais gata
Numa louca serenata
Que de noite sai cantando assim


Nós, gatos, já nascemos pobres
Porém, já nascemos livres
Senhor, senhora ou senhorio
Felino, não reconhecerás


www.chicobuarque.com.br

segunda-feira, 27 de julho de 2009

Ópera de um Malandro Brasileiro


Chico de Hollanda, de aqui e de alhures
"Parceiro de euforias e desventuras, amigo de todos os segundos, generosidade sistemática, silêncios eloquentes, palavras cirúrgicas, humor afiado, serenas firmezas, traquinas, as notas na polpa dos dedos, o verbo vadiando na ponta da língua - tudo à flor do coração, em carne viva... Cavalo de sambistas, alquimistas, menestréis, mundanas, olhos roucos, suspiros nômades, a alma à deriva, Chico Buarque não existe, é uma ficção - saibam.
Inventado porque necessário, vital, sem o qual o Brasil seria mais pobre, estaria mais vazio, sem semana, sem tijolo, sem desenho, sem construção."
Ruy Guerra, cineasta e escritor, outubro de 1998.


A Rita
Chico Buarque/1965
A Rita levou meu sorriso
No sorriso dela
Meu assunto
Levou junto com ela
E o que me é de direito
Arrancou-me do peito
E tem mais
Levou seu retrato, seu trapo, seu prato
Que papel!
Uma imagem de São Francisco
E um bom disco de Noel

A Rita matou nosso amor
De vingança
Nem herança deixou
Não levou um tostão
Porque não tinha não
Mas causou perdas e danos
Levou os meus planos
Meu pobres enganos
Os meus vinte anos
O meu coração
E além de tudo
Me deixou mudo
Um violão

Chico morou dois anos em Roma...
Aos oito inventava marchinhas de Carnaval...
Foi campeão de futebol de botão várias vezes...
A banda foi a canção que mais lhe trouxe dinheiro...
Quando pequeno comungava todos os dias e virou católico fervoroso...
Sonhava ser cantor de rádio e imitava João Gilberto...

Há alguns meses, Chico Buarque iniciou um novo "caso amoroso". As palavras são dele para descrever seus próprios sentimentos. Após ter finalizado o romance Budapeste, lançado em 2003, o escritor abandonou o teclado do computador para, com vagar, se dedicar à paixão do músico: o violão e a composição. Os dois anos dedicados exclusivamente à literatura, no entanto, dificultaram a transição:"Quando volto a compor, não sei mais como se faz para escrever uma música. Quando pego o violão de novo, é como se não tivesse domínio do instrumento. É um pouco como começar um caso amoroso, uma mulher que você não conhece, não sabe como lidar, no começo você faz muita cerimônia. E o violão ficava ali, arredio. Mas, quando a música começa a aparecer, ela é inteiramente nova. É mesmo uma nova namorada", disse em entrevista em Paris, no apartamento que mantém na capital francesa. Desse namoro, nasceu, em abril passado, o CD Carioca, o primeiro em oito anos depois do lançamento de Cidades [1998].

Desde que passou a alternar a música com a literatura, seus discos e shows se tornaram mais raros e espaçados, mas o desejo de criar algo musicalmente novo na sua obra, construída em 42 anos de carreira, permanece: "Você já seguiu muitos caminhos, mas quer fazer o que ainda não fez, uma vontade de procurar algo original e, portanto, mais difícil. Às vezes, você tem a impressão de que já falou sobre tudo, todos os assuntos, já tocou todas as notas, já harmonizou de todas as formas possíveis. Mas você sempre pode descobrir coisas novas. As músicas que eu compus agora têm pouco a ver melódica e harmonicamente com o que eu fiz antes".
http://www.chicobuarque.com.br/

domingo, 26 de julho de 2009

Ainda adolescente, publica suas primeiras crônicas no Verbâmidas, jornal do Colégio Santa Cruz.

Em 1966 publica em O Estado de S.Paulo o conto Ulisses, incorporado depois no primeiro livro chamado A banda que trazia os manuscritos das primeiras canções.

Em 1974 sai a novela pecuária Fazenda Modelo. Em 1979 é editado Chapeuzinho amarelo e em 1981 A bordo do Rui Barbosa, poema da década de 60 ilustrado por Vallandro Keating.

A partir do início dos anos 80 Chico tem alternado a produção musical com a literária: Estorvo (1991), Benjamim (1995), Budapeste (2003).

Em 2009 lança o quarto romance da nova fase, Leite derramado.

Marcha para um dia de sol

Chico Buarque/1964

Gravada por Maricenne Costa


Eu quero ver um dia

Nascer sorrindo

E toda a gente

Sorrir com o dia

Com alegria

Do sol do mar

Criança brincando

Mulher a cantar

Eu quero ver um dia

Numa só canção

O pobre e rico

Andando mão e mão

Que nada falte

Que nada sobre

O pão do rico

E o pão do pobre

Eu quero ver um dia

Todos trabalhar

E ao fim do dia

Ter onde voltar

E ter amor

Eu quero ver a paz

Tristeza nunca mais

Eu quero tanto um dia

O pobre ver sem frio

E o rico com coração

Eu quero ver um dia

Numa só canção

O pobre e rico

Andando mão e mão

Que nada falte

Que nada sobre

O pão do rico

E o pão do pobre

Eu quero ver um dia

Todos trabalhar

E ao fim do dia

Ter onde voltar

E ter amor

Eu quero ver a paz

Tristeza nunca mais

Eu quero tanto um dia

O pobre ver sem frio

E o rico com coração.

www.chicobuarque.com.br

sábado, 25 de julho de 2009

Iniciado em 2008, com a releitura do texto "Morte e Vida Severina", o Sarau Literário neste ano passou a se chamar Sarau LiterCaldas. O objetivo é de aproximar obras consagradas da interpretação de jovens estudantes, compreendendo o segmento do Ensino Fundamental II.

Neste ano, o Sarau LiterCaldas apresentará a sua leitura do texto de Chico Buarque "Ópera do Malandro". Batizado de "Ópera de um Malandro Brasileiro", o espetáculo está desenhado a partir de poesias criadas por alunos do segmento.

Faltam apenas 40 dias para a estreia do espetáculo, no Auditório do Colégio Caldas. O texto está pronto; nesta semana teremos a primeira bateria de ensaios.

Muito trabalho pela frente!